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Se olharmos para os maiores campeonatos de futebol do mundo, raramente há mais do que quatro ou cinco candidatos ao título. Geralmente, repartem as honras ao longo dos anos e não há muitas surpresas. Contudo, toda a regra tem a sua exceção e decidimos apresentar uma lista dos campeões mais improváveis.
Os ‘Foxes’ chocaram o mundo em 2016 ao vencer a Premier League, considerada por muitos a melhor liga de futebol. O Leicester foi um dos campeões improváveis ao conquistar 81 pontos, mais 10 que o Arsenal e mais 11 que o Tottenham. Curiosamente, se pensarmos na Premier League em 2022, é difícil imaginar um pódio com estas três equipas.
A primeira grande surpresa da Liga Inglesa (ainda antes de se chamar Premier League) foi o Ipswich Town. Na sua estreia na primeira divisão, os “blues” ganharam um título inédito que os levou às competições europeias. Venceriam também a Taça Uefa em 1980-1981.
Guardamos uma das mais bonitas histórias do futebol para nos despedirmos das terras de Sua Majestade. O Nottingham Forest e a sua vitória na primeira divisão de Inglaterra tiveram direito a um filme, sobretudo pela dedicação de Brian Clough ao clube durante 18 anos. Os “Garibaldi” venceram o campeonato e não se deram por satisfeitos. Conseguiram uma dobradinha inédita na Taça dos Campeões Europeus e ainda uma Supertaça Europeia. Um autêntico conto de fadas.
Viajamos agora para Itália. Década de oitenta e há um nome sonante nas terras transalpinas: Diego Maradona. E se o Nápoles era um candidato ao título juntamente com a Juventus e a Roma, o Hellas Verona não fazia parte dessa lista. Mas o Scudetto foi mesmo para Verona. A cidade pode ter servido de cenário para Shakespeare em “Romeu e Julieta”, mas tornou-se o palco dos sonhos de muitos adeptos dos “Mastini”.
Avançamos quase uma década. O calcio italiano continuava a dar que falar e despontavam talentos em todo o lado. Baggio, Klinsmann, Matthaus, Van Basten, Caniggia e Rudi Voller, só para mencionar alguns dos craques da Serie A. Mas viria a ser o atual treinador campeão europeu, Roberto Mancini, a chegar ao título com a camisola da Sampdoria para choque dos adeptos italianos. Quando o campeonato italiano era considerado o melhor do mundo, a ‘La Samp’ merece todo o reconhecimento.
Se pensarmos na La Liga, os vencedores parecem repetir-se: Barcelona, Real Madrid e Atlético. Mas no início do novo milénio, o Deportivo conseguiu um feito pela primeira e única vez na sua história (pelo menos até ao momento): vencer a primeira liga espanhola. Pandiani, Makaay, Luque, Molina e Mauro Silva foram apenas alguns dos jogadores mais importantes do histórico título do Deportivo.
A Bundesliga não será atualmente muito atrativa para quem gosta de surpresas no futebol, tendo em conta que o Bayern de Munique não tem deixado migalhas para ninguém. Mas antes desta hegemonia, o Wolfsburg conseguiu um título inédito na primeira divisão alemã e com caras bem conhecidas dos adeptos portugueses como Benaglio (ex-jogador do Nacional da Madeira), Ricardo Costa (ex-jogador do FC Porto) e Alex (ex-jogador do Vitória SC).
Na mesma época que o Wolfsburg surpreendia na Bundesliga, Van Gaal gerava surpresa na Eredivisie ao levar o AZ Alkmaar ao título. O técnico holandês acabaria por chamar esse título da sua “melhor pequena obra de arte”. Foi também uma oportunidade de redenção para Van Gaal cuja carreira parecia estar em declínio. O futebol do AZ foi muito elogiado, especialmente pelo estilo de futebol dinâmico e atrativo.
Em França, poderíamos ter recuado mais uma época e o campeão ainda teria sido surpreendente. Mas optamos pelo Montpellier visto que até hoje é o único título de campeão do clube. Antes do domínio do PSG e depois de muitas épocas de glória para o Lyon, o Montpellier conseguiu um feito histórico ao vencer a Ligue 1 com 82 pontos, apenas mais três do que o PSG. Giroud foi o destaque da equipa, arrecadando também o prémio de melhor marcador com 21 golos.
Acabamos a lista em casa, mais concretamente no Porto, na Boavista. Com Jaime Pacheco ao leme da equipa axadrezada e contrariando a habitual hegemonia dos “três grandes”, o Boavista sagrou-se campeão da Primeira Liga Portuguesa. O campeonato foi renhido e o Boavista somou apenas mais um ponto do que o segundo classificado, o FC Porto. A equipa do Boavista contou com boas exibições por parte de vários jogadores com destaque para o “Pistoleiro” Silva, Martelinho, Petit, Ricardo e Rui Bento. Desde então, nunca mais houve surpresas na Primeira Liga.
Os campeões improváveis no futebol são a prova viva de que, independentemente do tamanho do clube ou do histórico de títulos, o desporto-rei é imprevisível. A determinação, talento e espírito de equipa podem sobrepor-se às probabilidades e dar origem a histórias inesquecíveis. Estes clubes, agora imortalizados na história do futebol, demonstraram que a glória é alcançável por qualquer equipa, desde que haja paixão e um esforço coletivo. O futebol, com todas as suas surpresas e reviravoltas, continuará a ser uma arena onde os campeões improváveis podem surgir, inspirando milhões de adeptos em todo o mundo.