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Luís Filipe Madeira Caeiro Figo nasceu a 4 de novembro de 1972, em Almada, Portugal. Desde cedo, demonstrou um talento especial para o futebol. O seu primeiro contacto com o desporto foi no futsal, o que ajudou a desenvolver a sua técnica. Figo começou a sua jornada futebolística no modesto U.F.C. Os Pastilhas, mas não demorou até que o seu talento despertasse a atenção de clubes maiores. Rapidamente, ingressou na academia do Sporting Clube de Portugal, onde iniciou a sua ascensão meteórica no mundo do futebol.
Figo estreou-se pela equipa principal do Sporting na época de 1989-1990, tendo disputado três jogos logo no seu primeiro ano como profissional. Demonstrando um talento inegável e uma capacidade de drible única, o médio rapidamente se destacou no panorama nacional. Durante a sua passagem pelos “leões”, Figo realizou 161 jogos e marcou 23 golos. Um dos seus maiores momentos pelo Sporting foi a conquista da Taça de Portugal em 1995. Nessa época, ele já se afirmava como uma grande promessa do futebol europeu.
No entanto, a sua ascensão não ficou livre de polémicas. Figo foi alvo de uma suspensão de dois anos pela Federação Italiana de Futebol por ter assinado contratos simultâneos com dois clubes italianos: Parma e Juventus. Este episódio acabou por condicionar a sua transferência para Itália, mas Figo acabou por seguir outro rumo.
Em 1995, Figo assinou pelo Barcelona, um dos gigantes do futebol europeu. A transferência foi um marco na sua carreira, permitindo-lhe integrar um plantel repleto de estrelas como Guardiola, Hagi e Popescu. O médio português rapidamente conquistou o coração dos adeptos catalães, destacando-se pela sua técnica apurada e capacidade de assistir os colegas. Figo permaneceu no clube durante cinco épocas, disputando 248 jogos, nos quais marcou 45 golos e fez 58 assistências.
Durante a sua passagem pelo Barcelona, Figo conquistou uma série de troféus importantes. Entre eles, destacam-se dois campeonatos espanhóis, duas Copas del Rey, duas Supertaças de Espanha, uma Taça das Taças e uma Supertaça Europeia. Individualmente, Figo foi também amplamente reconhecido, recebendo vários prémios que consagraram o seu talento.
No entanto, a sua saída do Barcelona acabaria por ser uma das transferências mais controversas da história do futebol.
Em julho de 2000, o mundo do futebol ficou em choque. O Real Madrid ativou a cláusula de rescisão de Figo, fixada em 62 milhões de euros. Esta transferência transformou Figo no primeiro “Galáctico” do clube merengue e deu início a uma nova era no futebol europeu. A decisão de deixar o Barcelona e assinar pelos rivais madrilenos gerou uma onda de ódio por parte dos adeptos catalães, que não perdoaram a “traição” do jogador.
O regresso de Figo ao Camp Nou, desta vez com a camisola do Real Madrid, foi um dos momentos mais tensos da sua carreira. No jogo, as bancadas estavam cobertas de tarjas com insultos como “traidor” e “mercenário”. No entanto, o ponto alto da tensão aconteceu quando Figo se preparava para marcar um canto e foi alvo de uma verdadeira “chuva” de objetos, incluindo a infame cabeça de porco que ficou para a história. Este incidente levou à suspensão temporária do jogo, e a relação entre Figo e os adeptos do Barcelona nunca mais foi a mesma.
Apesar das críticas, Figo continuou a brilhar com a camisola do Real Madrid. Durante as cinco épocas em que jogou pelos merengues, fez 245 jogos, marcou 56 golos e realizou 93 assistências. Figo conquistou uma Liga dos Campeões, uma Supertaça Europeia, uma Taça Intercontinental, dois campeonatos espanhóis e duas Supertaças de Espanha.
Em 2005, já com 33 anos, Luís Figo deixou o Real Madrid para se juntar ao Inter de Milão. Embora já não estivesse no auge da sua carreira, o médio português manteve o seu estatuto de ídolo, contribuindo de forma significativa para o sucesso dos “nerazzurri”. Durante as quatro épocas em que jogou em Itália, Figo realizou 140 jogos, marcou 11 golos e fez 29 assistências.
Pelo Inter de Milão, Figo conquistou quatro campeonatos italianos, uma Taça de Itália e três Supertaças de Itália. O seu último jogo como profissional foi disputado em San Siro, contra a Atalanta. Num gesto de respeito e admiração, Zanetti, capitão do Inter, insistiu para que Figo usasse a braçadeira de capitão durante o jogo. Quando foi substituído, Figo foi ovacionado de pé pelos adeptos, encerrando assim uma carreira repleta de glórias.
Luís Figo foi um dos pilares da “Geração de Ouro” do futebol português, ao lado de jogadores como Rui Costa, Fernando Couto e João Vieira Pinto. Em 1991, ajudou Portugal a conquistar o Campeonato do Mundo Sub-20, um dos momentos mais marcantes da história do futebol nacional.
Figo estreou-se pela Seleção A em 1991 e rapidamente se tornou numa das figuras mais influentes do futebol português. Participou em três Campeonatos da Europa (1996, 2000 e 2004) e em dois Campeonatos do Mundo (2002 e 2006). Durante o Euro 2004, disputado em Portugal, Figo teve um papel fundamental na caminhada da seleção até à final, onde Portugal acabou por ser derrotado pela Grécia. Desiludido com o desfecho, Figo anunciou a sua retirada da seleção, mas acabou por voltar para disputar o Mundial de 2006.
O último jogo de Figo pela seleção foi no Mundial de 2006, no jogo de atribuição do terceiro lugar contra a Alemanha. Figo fez uma assistência para o golo de Nuno Gomes e despediu-se da Seleção Nacional com 127 internacionalizações, 32 golos e 26 assistências.
Após a sua retirada dos relvados, Figo continuou a estar envolvido no mundo do futebol. Em 2004, foi condecorado com o título de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em reconhecimento pelo seu contributo para o desporto português. Além disso, criou a Fundação Luís Figo, que promove várias iniciativas de caráter social e desportivo.
Em 2015, Figo apresentou a sua candidatura à presidência da FIFA, mas acabou por retirar-se da corrida. Atualmente, é conselheiro do presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, e continua a desempenhar um papel ativo na promoção do futebol a nível internacional.
Luís Figo é, sem dúvida, uma das maiores figuras da história do futebol português e mundial. O seu percurso, marcado por conquistas, polémicas e momentos inesquecíveis, faz dele um ícone do desporto. Com uma carreira repleta de troféus e distinções, Figo deixou uma marca indelével no futebol, tanto ao nível de clubes como na Seleção Nacional. O seu legado permanece vivo e continuará a inspirar futuras gerações de jogadores e adeptos.
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